quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Autopsicografia

Ela não sabia como e nem o porquê.
Sabia apenas que as palavras brotavam de sua mente, como a água que brota nua da terra e corre o mais rápido possível até se lançar lânguida aos braços do mar.
Vivia hostilizada pela arrogância das horas e pelo desprezo do pragmatismo. Alheia a tudo e tão dentro das entranhas da vida, ela pulsava de par em par. Dentro, crescia. Fora, agonia.
Olhava o dia e ele dizia: "Trabalho!". Olhava a noite e ela dizia: "Viva!". Ficava perplexa diante do paradoxo em que vivia, mas vivia intensamente, e não raramente estava cansada.

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